"Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR."
INVEJINHA BRANCA
Esta é uma expressão usada por tantas pessoas nos últimos tempos que eu fico me perguntando se sou apenas eu a achar estranho. Porque para mim inveja é um sentimento mesquinho, negativo, e dar-lhe uma cor não muda isso. Nem deixá-lo no diminutivo, pois “invejinha branca” é algo que me faz revirar os olhos quando leio por aí.
1 sentimento em que se misturam o ódio e o desgosto, e que é provocado pela felicidade, prosperidade de outrem
2 desejo irrefreável de possuir ou gozar, em caráter exclusivo, o que é possuído ou gozado por outrem
Assim, o que diabos vêm a ser uma "inveja branca"? É um sentimento mais ou menos negativo, com "apenas" um pouquinho de raiva? Ódio não, isso é tão laranja!!!
Será que Hitler tinha um racismo preto? E Gandhi, azul? Pois imagino que uma classificação tão tola deva ter opostos… E logo haverá uma discussão sobre o racismo implícito nas descrições dos sentimentos.
Fala-se de inveja branca como contrária da inveja má. Quem faz tal diferenciação pode até estar correto se for capaz de perceber o real modo de ser da inveja. Mas o termo é, sem dúvida, inadequado. Toda palavra, deve-se desconfiar, guarda sua história, seu sentido e, a cada vez que é pronunciada ou escrita, aciona sua função. É preciso fazer uma correção inicial e urgente: uma inveja boa, a rigor, já não seria inveja. Muito menos porque eu a admito ela seria melhor. Admitir que se fez algo errado é bom, mas não torna o erro melhor.
Foi Santo Agostinho, o filósofo da Patrística que, no terceiro século da idade média, percebeu pela primeira vez a conexão da inveja com a constituição primeira do ser humano. No famoso texto das Confissões ele narra sua dúvida sobre a inocência das crianças que, primeiro anseiam pelos peitos de sua mãe e, logo maiores, ao verem o irmão pequeno que os possui, sentem inveja. A partir daí Santo Agostinho explicou sua conversão e fundou uma ética, a de que todo homem de bem deveria ser santo e, portanto, eliminar de si, com consciência e lucidez, um afeto negativo como este, mesmo que ele faça parte da constituição mais íntima do humano.
Santo Agostinho elaborou uma frase que informa sobre o significado menos banal da inveja: Video, sed non invideo, ou seja, vejo, mas não in-vejo. A inveja tem nexo com o ver. Se vejo, posso invejar. Se vejo, devo não in-vejar. Ver e não invejar seria o mérito daquele que vê. Ora, a inveja nasce do desejo de se ter o que o outro tem e, como quase dez séculos mais tarde disse Santo Tomás, é a tristeza que advém da felicidade do próximo. O in-vejoso tem uma espécie de olho grande, um “olho gordo”, mau, para tudo o que cabe a outrem. Tudo o que não se refere a ele.
Para Santo Tomas, a inveja é a mãe de diversos outros afetos terríveis com o ódio e filha da soberba que é a incapacidade de julgar-se igual aos demais por considerar-se melhor que eles. Ela nunca é boa, pois, nascida de um afeto mau ela produz ações destrutivas: a maledicência, a competitividade, a falta de caridade, ou seja, de amor ao próximo. Em seu lugar fica o amor doentio de si, a que chamamos narcisismo.
Como muitos de nossos afetos negativos, a inveja está associada ao ressentimento. Desde a antiguidade de Agostinho se diz que aquele que inveja é como uma traça que rói as vestes como quem destrói o amor. Ela age ocultamente. Seu silêncio de ressentido não é inerte. Revela-se em suas falas e ações destrutivas mergulhadas no ódio ao outro. Mas de quem seria a responsabilidade por um tal afeto?
Rói-se de inveja, sempre em silêncio e fingindo não sentir nada, aquele que não consegue esquecer. Mas esquecer o quê? A visão de seu lugar ocupado por outrem. É como a criança que guarda a mágoa de ter sido preterida pela mãe que precisava dar atenção ao irmão mais novo. O que o pequeno Agostinho da narrativa sentia, não era apenas o desejo do seio que lhe tinha sido afastado, mas a perda da centralidade que o seio lhe dava. Aquele que não souber ver com bons olhos, o que equivale a partilhar o amor com seu irmão, não saberá ser amigo. O invejoso, em geral, não tem amigos, ele quer o seio só para si.
A inveja superada chama-se desejo. O desejo é o contrário do egoísmo. O desejo tem algo em comum com a inveja, pois também envolve um olhar e um querer dele advindo. Porém, enquanto a inveja é sinuosa e oculta sua ação sobre a passividade aparente, o desejo é direto. O desejo não engana nunca.
Oi, Cacau!!!
ResponderExcluirPois é...Na minha concepção, a inveja é o PIOR sentimento que existe! Minha avó sempre dizia: - A inveja quando não mata, aleja! e é a pura verdade! parece que só de estarmos ao lado de um invejoso, nossa energia é sugada, não é mesmo? Credoooooo!!!!
Beijos mil e uma ótima quinta-feira!!!!