MÃE, quem é você?
Maria Helena Gouveia
Mãe, quem é você?
Se estou feliz,
quantas vezes te esqueço;
se estou triste,
quantas vezes te procuro.
Mãe, quem é você,
que eu critico,
de quem eu exijo coisas tão pequenas
para satisfazer a minha comodidade,
mas a quem peço a maior ajuda
nos instantes mais difíceis?
Mãe, quem é você,
para quem eu tantas vezes
esqueço o meu carinho,
e de quem exijo tanta atenção?
Mãe, quem é você, com que discuto
e para quem peço conselhos?
Mãe, quem é você,
para quem reclamo sempre,
e para quem guardo
o abraço maior e a maior ternura.
Mãe, eu sei,
Você só é… AMOR.
" É necessário algo mais profundo, algo ligado à natureza do cuidado da espécie, ao desejo de continuidade que vem instaurar o desejo de cuidar de um ser vivo, totalmente dependente nos seus primeiros anos de vida e que, a partir deste cuidado, se vincula eternamente à nossa alma pela história em comum que traçamos dia a dia. Geralmente acaba gerando amor. Amor de cuidado, este que damos por considerar que qualquer ser vivo merece nossa atenção e que garante atender necessidades para a manutenção da vida. E amor de vínculo, este que sentimos vibrar com a importância que o ser único ganha em nossas vidas, pela reciprocidade do afeto, pelo reconhecimento e confiança que vamos criando nas nossas interações. Este sentimento não requer vínculo de sangue, requer sensibilidade e abertura, apenas isto, a reciprocidade positiva. É neste arcabouço afetivo que nasce uma família, na presença de alguém que os adultos podem chamar de filho."
Rute Rodrigues
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