Como ler um bom livro

"Para se fazer uma boa leitura é preciso que estejamos em um local calmo e em silêncio, onde nenhum ruído possa nos atrapalhar, mesmo que eles sejam provocados por certos familiares ou amigos.

Se algo nos perturbar durante uma leitura, devemos fazer com que eles cessem, mesmo que sejamos chamados de chatos. Mas, o que vale é ler bem e apreender o que está sendo transmitido pelo autor.

O silêncio é uma das condições para ler e apreender. No entanto, o silêncio só não basta. É preciso também ficar em uma posição confortável e relaxante, para que o nosso "soma", corpo, não venha cansar com o passar do tempo. A posição não deve ser a mesma para cada leitor, pois, cada um sabe a posição em que se sente bem e relaxado.

O interessante é que há pessoas que consegue ler em variadas posições e entendem bem o texto ou o livro que leu, sem se importar com o que está acontecendo ao redor delas. Isso pode ser chamado de alta-concentração, que é a forma que o pensamento consegue convergir para um só ponto sem abstração.

Para mim, a melhor posição para se fazer uma boa leitura é sentado em uma poltrona confortável ou sentado em uma cama e encostado no espelho dela, sem que haja qualquer tipo de ruído.

Mas, ao passarmos a ler, não devemos ficar desencantado com certos livros ou textos, pois, ao passarmos uma página podemos nos espantar com certas narrativas e ficamos imaginando o que irá acontecer dali por diante, onde o nosso pensamento passa a voar em busca de soluções que nem sempre é a do autor, mas que nos dar prazer em imaginar e interagir com ele.

Para se encantar com a leitura, não basta só ser um livro, basta ler um bom livro.

As livrarias e as editoras nos colocam a disposição milhares e milhares de livros. Alguns repetitivos, outros que empiricamente já conhecemos o seu conteúdo, outros cheios de erros e ensinamentos distorcidos e outros que realmente nos leva a um mundo desconhecido onde o homem passa a descobrir outras verdades que estarão cobertas pelo manto da ignorância.

Contudo, quando pensamos em ler um livro, devemos perguntar se não seria melhor ler um que já foi lido há alguns meses ou anos atrás, já que uma segunda leitura nos leva mais perto da realidade do que está querendo o autor transmitir, sendo que, muitas vezes, uma só leitura não dá para compreender e descobrir o que queria passar o escritor quando passou a rabiscar as linhas do livro que estamos lendo.

Com efeito, se desejamos ler um novo livro devemos comprá-lo sem deixar nos levar pela forma em que ele foi produzido, uma vez que há livros com muitos adornos e que são pobres de conteúdo.

Todavia, quando a vontade realmente bater e persistir, devermos analisar primeiro o que o livro pode nos trazer para o enriquecimento do ser. Não o ser para ter, mas o ser para ser.

As abstrações devem ser evitadas, sejam elas no trabalho, na escola, na praça ou em que lugar for.

Devemos ler sempre livros, mas, ele não pode se exposto de tal forma que a nossa atividade profissional venha sobrepô-lo durante a leitura. Pois, se assim for, pouca coisa será compreendida e o livro será inútil neste momento.

Logo, só devemos passar a ler um livro quando sentirmos que realmente estamos tranqüilos e concentrados, para não perdermos a mágica da leitura e a descobertas de outros mundos em que autores e mais autores nos revela, dentro do conhecimento de cada um.

Assim, não podemos deixar de ler bons livros, seja em que posição for, já que a posição depende de cada leitor que sabe qual é a mais cômoda para ele, já que o conhecimento que ele nos trará será como cicatriz que marcará as nossas vidas, seja em que tempo for. Depois de tudo isso, boa leitura."

Minha filha teve que fazer uma pesquisa sobre uma escritora, que logo me chamou a atenção. Um jeitinho meio Ziraldo. Toda engraçada, e muito sofrida pela vida que levou também. Não foi fácil sua caminhada e depois ela acabou falecendo por causa de um câncer.

Mesmo assim seus livros são super positivos, engraçados e incansáveis. Virei fã de Sylvia Orthof. Adorei esse texto!


Se as coisas fossem mães

Sylvia Orthof

Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas. O céu seria sua casa, casa das estrelas belas. Se a sereia fosse mãe, seria mãe dos peixinhos. O mar seria um jardim e os barcos seus carrinhos. Se a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas. Conversaria com a lua sobre as crianças estrelas Falaria de receitas, pastéis de evento, quindins. Emprestaria a cozinha pra lua fazer pudins !!!! Se a terra fosse mãe, seria a mãe das sementes. Pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente. Se uma fada fosse mãe, seria a mãe da alegria. Toda mãe é um pouco fada... Nossa mãe fada seria. Se a bruxa fosse mãe, seria uma mãe gozada; Seria a mãe das vassouras, da família vassourada. Se a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida, Faria chá e remédio para as doenças da vida. Se a mesa fosse mãe, as filhas, sendo cadeiras, Sentariam comportadas, teriam boas maneiras. Cada mãe é diferente. Mãe verdadeira ou postiça, Mãe vovó ou mãe titia, Maria, Filó, Francisca, Gertrudes, Malvina, Alice. Toda Mãe é como eu disse! Dona Mamãe ralha e beija, erra, acerta, arruma a mesa, Cozinha, escreve, trabalha fora, Ri, esquece, lembra e chora, Traz remédio e sobremesa... ... Tem até pai que é "tipo mãe"... Esse, então, é uma beleza !!!!!