sábado, 30 de maio de 2009

Eu sou desmedidamente apaixonada!


Desmedidamente apaixonada, o que seria?
Seria meio assim...?
Porque quando se está apaixonada por mais que existam tantas palavras ( e putz, como existem palavras)pra explicar, não dá! E pra que explicar?
Então chega a razão do poeta!
Ele está ali pensando(ou não), apaixonado(ou não), amando(ou não), transbordando de tanto sentimento(vale qualquer sentimento) e a única maneira de conseguir dar uma vazão pra esse frenesi é "botando" no papel.
Eu fiquei pensando nisso. Deve surgir um "faniquito" de escrever. Mesmo quando se está pressionado pela editora.
Vem um "comichão" de vontade de expressar, uma coisa que te engole por dentro.
Gosto muito de poesia, de letras, de textos, as palavras me deixam "vidrada". Então chega Vinicius de Moraes e me desmonta, desmancha, destroça, fico desandada...DESMEDIDAMENTE APAIXONADA!!!


Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieto, muito quieto
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes

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