terça-feira, 26 de maio de 2009

A realidade é linda basta saber viver e aprender a jogar


Um dos livros que eu li, um pouco antes da pré-adolescência, fez uma revolução interna que permaneceu inerente a mim de maneira absurda. POLLYANNA, de Eleanor H. Porter! Pra algumas pessoas é caótico o "jogo do contente", pra outras é uma fórmula mágica de acreditar na vida. Se encontrarmos o meio termo dá pra ser realista com imaginação. O conto de fadas é ilusório pois se trata de uma "estórinha" mas até que ponto vale a pena seguir tudo "à ferro e fogo".
Puxa, a realidade não está fácil pra ninguém. Somos "bombardeados" com informação vinte e quatro horas por dia, com tecnologia de ponta então, não dá pra passar "em branco" nem um segundo. Só que se os sonhos forem massacrados, as esperanças não conseguirem ser a meta dessa caminhada pode ser curta a "estrada de tijolos amarelos". A gente pode voltar lá no jogo da "Pollyanna", no jogo do contente. Conseguir encontrar uma alegria em qualquer situação qualquer que seja, por mais precária. Uma passagem marcante no livro, do desespero de se buscar alegria e paz em qualquer momento é quando em um Natal, Pollyanna esperando por ganhar de presente uma boneca, recebe apenas um par de muletas. Ela fica muito agradecida porque percebe que na verdade não precisa desse par de muletas e que poderá ofertá-las à uma pessoa que necessite realmente. É lindo poder ser desprendido dessa maneira, existe até uma busca para esse não "ser possessivo", mas se trata de exercício. Exercício de doação, "jogo de cintura", "vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo mas aprendendo a jogar". Eba, eu acredito no que está vindo pela frente. É só saber "dançar", "jogar", "rodopiar", "brincar", "terminar tudo em pizza"....


A PRINCÍPIO ou A FELICIDADE REALISTA
(MARTHA MEDEIROS)

De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário,queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par e não como pares? Ter um parceiro constante, não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo a expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o
que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

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