Nesse final de semana que passou fui ao casamento de uma querida amiga de adolescência. Adoro cerimônias e seus rituais. Qual foi minha surpresa ao presenciar uma das celebrações mais bonitas que já vi. Um casamento budista é lindo. Ele consagra a união das pessoas pela opção de se unir ao outro, por desejo de uma união honesta, perseverante e dedicada. Qualquer um sabe o quanto um relacionamento está baseado em amor, fidelidade e doação mas nesse rito os noivos buscam a paz de cada um, cientes de que a vida a dois terá suas adversidades, mas que unindo força, dedicação e perseverança é possível superar os prováveis obstáculos.
Quem realiza a celebração é uma monja. O local não precisa ser um templo mas é iluminado por velas; incensos e flores, pétalas de rosas espalhadas por todo o ambiente. Em frente a um altar do deus Buddha, todo decorado com flores e velas, os noivos, as famílias e os convidados juntam-se. Todas as leituras são feitas com muita calma. O noivo, a noiva e os padrinhos escolhidos recitam o Tisarana, Pancasila e o Vandana. É pedido aos noivos que acendam as velas e os incensos. Seguidamente os noivos oferecem flores à imagem de Buddha. Depois disto, o noivo e a noiva deverão recitar à vez, os votos que são prescritos para cada um deles.
- Votos do noivo: "Em frente à minha mulher que acolho, aceito ama-la e respeitá-la, ser amável, ser fiel, delegar as tarefas domésticas e providenciar presentes para a satisfazer”.
- Votos da noiva: “Em frente ao meu marido que acolho, aceito realizar as tarefas domésticas eficazmente, ser hospitaleira para com os seus parentes e amigos, ser fiel, proteger os nossos ganhos, efectuar as minhas responsabilidades com amor e conscienciosamente”.
"Quando a velha ameixeira desabrocha, o mundo inteiro desabrocha.
Quando o mundo desabrocha a primavera chega.
As cinco pétalas desabrocham como uma só flor – três, quatro, cinco, cem, mil, incontáveis flores desabrocham.
Todas essas flores crescem em um, dois, incontáveis galhos da velha ameixeira.
Uma flor udumbara e uma flor de lótus azul também desabrocham no mesmo galho.
Todas essas flores constituem as graças da antiga ameixeira.
Tal ameixeira antiga cobre os mundos humanos e celestiais. Esses mundos surgem da velha ameixeira. Centenas de milhares de flores são as flores dos seres humanos e celestiais. Milhões de flores são as flores dos Budas e Ancestrais do Darma. Quando essa espécie de ameixeira desabrocha, todas e todos os Budas surgem neste mundo e Bodidarma se manifesta."
(Shobogenzo Baige – Mestre Eihei Dogen)
As alianças chegam nas mãos de uma criança. E simboliza o elo permanente dos dois, unindo-se as mãos esquerdas de um e do outro. A monja faz menção ao simbolismo das alianças, em que a argola fechada, faz um elo entre os dois de tanto cunho espiritual, como material. No fim da cerimónia, só os pais citarão o Mangala Sutta e o Jayamangala Gatha oferecendo a sua bênção aos noivos. E de mãos dadas eles selam com o beijo.
Que todas as energias positivas do Universo envolvam esse casal tão apaixonado e determinado.
Vou chorar de novo! "Manteiga derretida" hiper mega blaster romântica.
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