segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Diz logo o que é pra ser dito...rsrs


Tem certos dias, que eu acredito exatamente no que disse Luciano Pires, como nesse texto.


NA DÚVIDA...

Em artigo anterior escrevi sobre o problema da escolha diante de muitas opções. E eu dizia que temos dificuldades de lidar com a liberdade
de escolha. A consciência dessa liberdade dá medo.
Pois bem, faltou comentar sobre uma curiosa atitude que está presente na maioria dos contatos profissionais que venho realizando com grandes
empresas, agora como um mero fornecedor.
Converso, levanto informações, crio e envio um projeto. E então as pessoas desaparecem. E a cada nova tentativa de contato vem um
previsível: "o projeto está sendo analisado."
Mas que tanto analisam? E enquanto analisam a coisa fica empatada. Qual é o problema de dizer "não queremos" ou "não nos serve" ou até mesmo
um "não gostamos"? Qualquer retorno é melhor que nenhum. Mesmo uma negação é um alívio, pois abre caminho para que nossa energia seja focada
em outras frentes.
Mas não. Não vem nem um sim, nem um não. Só um "estamos analisando".
Sobre esse assunto,recebi um email interessante do amigo leitor Pedro Lanzoni, que me apresentou um conceito delicioso: a paralisia pela
análise.
Escreveu o Pedro: "...minha percepção no que tange ao desaparecimento acelerado daquilo que se pode qualificar como visão estratégica é a
mesma que a sua.(...) Esses rapazes e moças poliglotas, recém-saídos de cursos de MBA, são extremamente eficientes em fazer coisas. Desde
que alguém lhes diga o que fazer. Deixados à própria sorte para tomar decisões, ou não as tomam (há uma expressão que usávamos em outra
empresa, onde trabalhei por muito tempo, para demonstrar a maneira pela qual projetos não avançavam - paralisis by analysis) ou quando as
tomam fazem-nos sentir aquele arrepio na espinha que Napoleão também sentia quando se deparava com soldados com excesso de imaginação ou com
generais sem imaginação alguma."

Paralisia por análise, que delícia!

Em minhas palestras tenho batido naquilo que chamo de "a espiral destrutiva do pensamento". Tudo começa com nosso repertório, que é a base
para nossas reflexões, que são a base para nossas análises, julgamentos e escolhas. Um repertório fraco leva a reflexões tortas, que induzem
a análises errôneas, julgamentos falhos e escolhas erradas. É este ciclo que precisa ser quebrado e o conceito da "paralisia por análise"
cai como uma luva.
A falta de experiência (repertório) dessa moçada impetuosa e um medo terrível de correr riscos causam a paralisia pela análise. No afã de
resolver o assunto, mais gente é colocada no processo: se é pra errar, que seja em conjunto. Assim a responsabilidade é compartilhada. E lá
vem mais opiniões inseguras. Mais dados a serem analisados. E a dança em círculos torna-se perene, com as decisões sendo postergadas, os
processos avolumando-se e "todo mundo ocupado demais".

Essa armadilha precisa ser vencida por quem espera crescer profissional e pessoalmente. E para vencê-la não existe segredo: mais repertório
e o exercício constante, diário, sistemático da re-fle-xão. Reflita antes de escrever aquele email. Reflita antes de fazer sua escolha.
Reflita antes de abrir a boca naquela reunião. Mas jamais perca de vista que suas reflexões serão resultado de seu repertório.

E, quando estiver em dúvida, siga o conselho de Abrahan Lincoln, o ex- presidente dos Estados Unidos: "É melhor ficar calado e deixar que
todos pensem que você é um idiota do que abrir a boca e acabar com a dúvida."


Luciano Pires



E como o poetinha diria:

"Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.

De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão."

Vinicius de Moraes

Um comentário:

  1. Ótimo post!!!
    Já passei por tantas, mas tantas situações nas quais fiquei literalmente a ver navios, pois os colaboradores de empresas nunca me diziam sim ou não que já perdi as contas. O que sinto atualmente é que as pessoas falam tanto em comunicação, mas não se atrevem a fazê-la...Nós, clientes, prestadores de serviços, ou coisa parecida ficamos com cara de bobo esperando as respostas enquanto eles dizem: - Um momento, por favor! Sua prosposta está sendo analisada e será encaminhada ao departamento responsável. Aí perguntamos: - Qual é o departamento responsável e eles dizem: - Um momento por favor, vamos estar analisando...kkkkkkkkkkk E de gerundismo em gerundismo nós "Vamos continuar esperando".kkkkkkkkkkkk
    É um vai e vem!!!!!
    Beijos!!
    Adorei!!!

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