quinta-feira, 21 de maio de 2009

Silêncio e calma...


"Silenciar sobre os defeitos dos outros é caridade.
Silênciar sobre sua própria pessoa é humildade.
Silenciar diante do sofrimento alheio é covardia.
Silenciar quando o outro está falando é delicadeza.
Silenciar quando o outro espera uma palavra é omissão.
Silenciar quando não há necessidade de falar é prudência".

Um instante maestro!

Para Ver as Meninas

Paulinho da Viola

Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito


São tantas as formas de se silenciar.
Há palavras que silenciam.
Às vezes não há respostas pra certas perguntas então é melhor ficar calada.
Quando escuto uma música nova fico em silêncio, quero prestar atenção no som, sentir a vibração de cada timbre.
Parece que o silêncio nos faz concentrados.
Bobagem!
Silêncio em forma de concentração nem sempre é estar concentrado naquilo que se está fazendo, porque o pensamento pode estar inquieto, então a mente não silenciou naquele instante, está omitindo a pausa.
No silêncio do êxtase está a satisfação, a glória, o compartilhar do momento sublime, a mágica do corpo em superar uma meta estipulada.
Guarda as palavras, atinge a quietude, deixa que um sopro de paz sussurre nessa ausência da ira, ignore as perturbações ocasionais!

O Silêncio

Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes

antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
o silêncio
foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendo
o barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor

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